sábado, 30 de março de 2013

As aventuras de Pi: Inspiração ou Plágio?

Quem leu ou assistiu o filme ''As aventuras de Pi'' - do autor Yann Martel - percebeu uma semelhança no enredo com a obra de Moacyr Scliar ''Max e os felinos''.
Eu não li o livro de Moacyr Scliar, mas vi o filme As aventuras de Pi e percebi que já havia ouvido essa história em algum lugar.
Dias depois de assistir o filme - durante o ensaio do coral da igreja em que frequento - nosso ''professor'' comentou sobre o assunto, dizendo que a obra de Moacyr foi plágio pelo autor do filme.
O enredo é realmente parecido. Mas, pensando bem, muitas outras obras já serviram de inspiração para outros autores. Um exemplo clássico é ''O anel dos Nibelungos'' (Mitologia Nórdica) que foi inspiração para uma obra super conhecida - O senhos dos anéis - dá para acreditar?
Agora, mostrarei o enredo das duas histórias para você compará-las:

Sinopse Oficial de “Max e os Felinos”: 
O alemão Max, um garoto sensível, cresceu sob a severidade de seu pai que sempre lhe incutiu medos e inseguranças. Envolve-se, mais tarde com Frida, esposa de um militar Nazista, o que faz que tenha que abandonar o país. Em meio a viagem de barco, é obrigado, graças a um naufrágio, a dividir o pequeno espaço de um barco com um imenso Jaguar, um felino que sempre lhe aterrorizou. 
.Para quem assitiu/leu “Life of Pi”, já deu para perceber a semelhança. Para quem ainda não, aí vai:

Sinopse Oficial de “As Aventuras de Pi”:
Uma família de um dono de um zoológico localizado em Pondicherry, na Índia, decide se mudar para o Canadá, viajando a bordo de um imenso cargueiro. Quando o navio naufraga, Pi consegue sobreviver em um barco salva-vidas. Perdido em meio ao oceano Pacífico, ele precisa dividir o pouco espaço disponível com uma zebra, um orangotango, uma hiena e um tigre-de-bengala chamado Richard Parker.

O que aconteceu depois?
No ano de 2002, o livro publicado em 2001, “Life Of Pi”, venceria um dos mais nobres prêmios literários do mundo, o Booker Prize. A decisão já havia causado polêmica, porque o livro não possui, supostamente, tanta “desenvoltura” quanto a de seus antigos concorrentes. Porém, o maior escândalo viria à tona mais tarde: o The Guardian, um dos mais populares jornais britânicos, publicou uma matéria que mostrava a semelhança entre ambas as obras. Assim, tudo começou. 
Inicialmente, Yann dissera que não havia lido o livro de Scliar, apenas uma resenha desfavorável publicada no New York Times, escrita por John Updike. Sobre isso, ele teria dito: “quis aproveitar uma boa ideia estragada por um escritor ruim”, ou variantes como “Como uma premissa brilhante pôde ser arruinada por um escritor menor.”, “Que boa ideia mal aproveitada. E se ela fosse retrabalhada por um escritor com o meu talento?”. 
A declaração do escritor canadense chocou e irritou muitas pessoas, fazendo com que o próprio se desculpasse posteriormente. Mas, ele diz que foi tudo um mal entendido, pois: “Essa frase está fora de contexto. A citação faz parte de um texto disponível no site www.powells.com e é seguida por: “Pior, e se Updike estivesse errado? E se foi uma premissa brilhantemente trabalhada?” Não estava julgando nem o livro nem o autor. Estava descrevendo minha reação a uma premissa maravilhosa.” [Retirado da entrevista concedida pelo autor ao Estadão, no ano de 2002. Confira aqui ]
Ainda sobre tais fatos, as declarações da Yann perdiam, cada vez mais, a aprovação dos críticos e leitores da época, pois, a resenha que ele apontava ter lido [a de John Updike], nunca existiu. O crítico declarou que jamais havia criticado tal livro de Scliar. Aliás, a única crítica de “Max e os Felinos” publica pelo The New York Times Book Review fora escrita por Herbert Mitgang, altamente favorável à obra. Sobre o caso, Martel se justificara: “Acho que não foi Updike e também não foi no The New York Times Book Review. Fui traído por minha memória. O certo é que há mais ou menos dez anos li uma resenha num jornal norte-americano sobre o livro de Scliar.” [Retirado da entrevista concedida pelo autor ao Estadão, no ano de 2002. ]
Após tanta repercussão e críticas, Martel admitiu que inspirou-se na obra de Scliar, mas, que nunca chegara a ler realmente. A ideia do escritor brasileiro teria sido uma “uma faísca que pôs fogo em minha imaginação e me empurrou para que eu contasse minha história.”. Ele inserira, também, uma Nota do Autor em suas edições seguintes, agradecendo ao brasileiro pela “faísca” [sinceramente, não sei se esse agradecimento aparece nas edições brasileiras mais recentes. Alguém que possui o livro, por favor, nos informe nos comentários]. Além disso, ele passou a citar Moacyr em praticamente todas suas entrevistas – até porque era difícil fugir da polêmica. 

Reação Inicial de Scliar
Na maioria das matérias está escrita que o escritor brasileiro esboçou uma reação pacífica – não que seja mentira – e contornou o episódio com o bom “deixa para lá”", mas, na coluna de Luiz Schwarcz, amigo pessoal e editor de Moacyr antes de seu falecimento, ele revela a primeira reação do brasileiro. Trago alguns trechos, mas, você pode conferir o texto na íntegra ao final da citação.
[Scliar] — Temos que fazer alguma coisa, tchê. Isso é plágio, Luiz. Vamos acionar advogados, uma coisa como essa não pode acontecer.
[...]
[Luiz] — Calma, Moacyr, vou me aconselhar com advogados e ver o que é possível.
Enquanto buscava me inteirar do caso, a polêmica fervia [...] Enquanto isso, os advogados diziam ser impossível mover um processo com base na apropriação de uma ideia, além do custo de uma causa internacional como esta ser altíssimo. 
Meu telefone continuava a tocar [...], Jamie Byng, da Canongate, querendo minha mediação no caso. Jamie é um editor de grande energia, uma figura ímpar no mundo editorial por seu empreendedorismo e criatividade [...] No telefone ele garantia a boa fé de Martel e me pedia, em conjunto com o autor, que alcançássemos uma solução pacífica. [...] Convenci Moacyr de que o processo seria inviável e propus que Martel desse uma entrevista valorizando a obra do brasileiro e se retratando das declarações infelizes. Moacyr, por seu lado, daria declarações dizendo que não moveria processo algum.
A reação de Moacyr é a mais natural possível. A coluna de Luiz não “desmitificou” a grande pessoa do escritor, apenas tornou-a maior ainda [pelo menos para mim], pois, após a primeira raiva, ele soube ponderar e escolheu aquilo que acreditava ser o melhor caminho para si. 

Foi, de fato, o melhor caminho?
A coluna do Luiz também revela algo que entristece aos fãs do autor. Com toda polêmica, apareceram grandes agências literárias querendo representar Scliar. 
Amigo, a ICM e outras agências querem te representar nos Estados Unidos. Apesar de tudo isso ter surgido através de um episódio lamentável, é uma grande oportunidade. Você tem que aproveitar.
Mas, a decisão do brasileiro foi manter-se com quem já o representava, pois acreditou na garantia de que ele seria recolocado em um lugar de destaque nos mercados estrangeiros, o que, segundo Luiz, jamais aconteceu. Assim, começamos a pensar naquilo que poderia ter se tornado a carreira de Moacyr, caso ele tivesse aceitado a proposta de duas gigantes do mercado. Difícil especular, mas, provavelmente, seu nome seria ainda mais lembrado, tanto no Brasil, quanto fora dela. Bem verdade que “Max e Os Felinos” teve algumas outras edições, mas, nada de muito grandioso. Ao meu ver, o agente do escritor poderia ter tirado melhor proveito da situação, exaltando o talento sincero e verdadeiro do brasileiro. 

Conclusão
Para mim, Yann Martel mais do que inspirou-se na obra de Moacyr… Ele também acreditou que ninguém faria a ligação, afinal, um ‘autor qualquer’ do Brasil não seria lembrado. Mas, foi. E ele precisou dar as devidas explicações. E, quanto a isso, fico com a resposta que o próprio Scliar concedeu em entrevista à Folha no ano de 2005: 

Se a gente chama de plágio a apropriação de um texto alheio que é usado ipsis litteris então a resposta é negativa: não, Yann Martel não plagiou “Max e os Felinos”, mas ele usou a idéia do livro, com um enfoque diferente. [Entrevista Completa].
Eu adoro essa, em especial, pois fica clara a elegância, mas, também, o certo ressentimento do autor. Se plágio for uma cópia integral, bem, não é plágio [até porque ninguém seria tão burro]. Mas… há passagens em Pi extremamente parecidas com a de Max. Não apenas a ideia original, ou uma e outra cena. Algumas… E aí, dizer que é plágio ou “inspiração” é apenas uma questão de polidez. Polidez, essa, que o canadense apenas passou a ter quando percebeu que o buraco era mais embaixo. 

Bônus
No início da matéria, disse que possuía um amigo em comum com Scliar, o nome dele é Walther Moreira Santos, um excelente romancista brasileiro, premiadíssimo e com uma ótima venda de livros. Sobre o assunto, ele disse, em uma publicação pública no facebook:
“Conversando com o Scliar, do tempo de quando fizemos o juri do Prêmio São Paulo 2009, eu fiquei ainda mais impressionado com a elegância, a generosidade dele, do modo como lidou com essa questão triste e odiosa do plágio. Eu processaria. O Scliar deixou para lá… tenho tudo o que aprender com ele.” Walther Moreira Santos, 7 de fevereiro''

sexta-feira, 29 de março de 2013

O verdadeiro significado da Páscoa

Muitos de vocês sabem que a Páscoa é uma celebração Cristã que, juntamente com a família, lembramos o maior fato da vida de Jesus. A ressurreição!
Mas, infelizmentee mídia pensa outra coisa. Ela banaliza esta data criando um momento louco de consumismo de chocolates. Vamos parar com isso já?
Lembraremos da morte de nosso Salvador Jesus e sua reissurreição nesta data. Sabendo que Deus nos amou tanto que deu seu único filho para morrer em nosso lugar. Isso é uma honra, pois o objetivo de sua morte foi nos purificar e perdoar os nossos pecados. Esse é o verdadeiro significado. Agora, celebraremos a verdadeira fé e a sua reissurreição. Orando e glorificando um único nome: DEUS!

Eis a verdadeira história do chocolate e do coelho por tráz da mídia:

 E agora, o que pensa sobre isto??

quarta-feira, 27 de março de 2013

Jequiti Dia das Mães 2013

''Mãe é tudo. É beijo, abraço e sobremesa. Cozinha, trabalha e ri sozinha. É parque, balão e naninha. Bronca, conselho e aconchego. Cuidado, saudade e lágrima. Erro e acerto. É flor, sorriso e alegria.

Dia das mães Jequiti. Um simples gesto de amor!''

A jequiti tráz neste Ciclo 05/2013 presentes maravilhosos para dar á mulher mais linda deste mundo. Com preços especiais para elas. Confira!



Alêm das novidades para esta data tão especial para as mulheres mais especiais do mundo. Temos ainda um lançamento de tirar o fôlego.
Depois do sucesso da fragrância Fabio Jr. Só Você, agora a Jequiti trouxe as fragrâncias de Momentos. Confira!
Confira outros lançamentos:


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Espero que tenham gostado nas novidades neste ciclo!
Bjos..